Você sofre de estresse crônico?
Repare na orquestra diária de medos, preocupações e cobranças do mundo pra nós – família, trabalho, sociedade – e de nós pra nós mesmos – o mito de sermos sempre perfeitos e eficientes. Repare na sobrecarga de informação de smartphones, internet e mídias que nos chegam a cada milésimo de segundo. Some a isso reveses inesperados das perdas da vida.
Quase nunca desligamos.
Cansaço, tensão, ansiedade, raiva, depressão e confusão podem ser alguns dos sintomas.
Ficamos à 220 volts com nossa “mente tagarela” sempre “falando” ou “fazendo alguma coisa”.
Andamos comumente com pressa e sem paciência, em piloto automático, sem saber muito bem porque corremos e pra onde vamos.
Perdemos nossa calma e nossa paz pra saborear o momento presente.
E isso não acontece impunemente. Você fica mais suscetível à doenças do corpo e da mente e pode se distanciar do que realmente importa na sua vida e de quem você realmente é.
O oposto do estresse: o relaxamento (“desestressar”)
As causas do estresse podem até não mudar, mas a maneira que você reage e se relaciona com essas causas pode mudar pra muito melhor.
A resposta de relaxamento (tranquilidade e clareza) – sistema nervoso parassimpático – é o oposto da resposta de estresse (luta e fuga) – sistema nervoso simpático. Nos últimos 40 anos, a resposta de relaxamento é estudada sob o rigor da excelência científica médica de pesquisadores da Harvard Medical School, liderados por Herbert Benson. É bem reconhecida a habilidade da resposta de relaxamento de reduzir o estresse crônico e melhorar a saúde e o bem estar dos indivíduos em geral – associada aos tratamentos médicos convencionais.
As pesquisas demonstram a efetividade terapêutica do relaxamento em se contrapor aos efeitos clínicos adversos do estresse em várias condições que incluem: hipertensão arterial, ansiedade, insônia, depressão, dores crônicas, desordens gastrointestinais, diabetes, artrite reumatóide, entre tantas outras. Seu médico deverá definir junto a você as possíveis indicações e benefícios.
A prática regular da resposta de relaxamento é associada à mudanças bioquímicas, fisiológicas e neuropsicológicas coordenadas e duradouras:
• redução no consumo de oxigênio;
• redução do dióxido de carbono eliminado;
• redução da pressão arterial, frequências cardíacas e respiratórias;
• redução na responsividade à norepinefrina;
• modificações neurológicas positivas (neuroplasticidade) em regiões corticais e subcorticais cerebrais nos estudos de ressonância magnética funcional (áreas de concentração, memória, clareza de raciocínio);
• modificações favoráveis à manutenção de saúde relacionada à expressão genética de diversas doenças e fatores de risco
Como chegar à resposta de relaxamento?
A resposta de relaxamento é alcançável quando o indivíduo foca numa palavra, som, frase, reza repetitiva, respiração ou movimento corporal e se afasta dos pensamentos do dia a dia. Abordagens milenares relacionadas a esta resposta incluem, entre outros: meditação (mindfulness meditation, transcendental meditation entre outras); yoga (por exemplo Vipassana e Kundalini); Tai Chi; Qi Gong; relaxamento muscular progressivo; biofeedback; e exercícios respiratórios.
Meditação é milenar. Meditação é ciência. Qualquer pessoa pode meditar. É um ato simples e prazeroso de relaxar e desligar. Poucos minutos por dia podem fazer uma grande diferença na vida.
Assistir o pôr do sol, ouvir música, arte, mergulhar no mar, banho de banheira, cinema, namorar, esportes… Estas também são maravilhosas maneiras de relaxar e que podem ganhar um colorido ainda maior quando estamos em paz.
Existem protocolos que podem introduzir o hábito da resposta de relaxamento, mas aprender de forma sistemática e com pessoas expertises em técnicas de relaxamento e meditação pode facilitar a sustentabilidade da prática.
Um exemplo, baseado no protocolo de relaxamento Benson-Henry (Harvard Medical School – Massachusetts General Hospital):